segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Espírito [de porco] natalino...

É verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade dizer que as maior mentira do mundo é contada no período mais festivo do calendário: o Natal...
Ah, o Natal...


Quando crianças, somos persuadidos a gostar de um cara branquelo, pançudo, que veste pesadas roupas de frio de cor vermelha e luvas em pleno verão, tem uma enorme e medonha barba branca [às vezes descaradamente falsa] e recruta pobres e magérrimas renas para carregá-lo. Como fazer uma criança gostar [ou aceitar] de uma criatura dessas que, sob o ponto de vista infantil, pode parecer mais medonha do que o Ozzy, meu Deus? Simples! Basta dizer que o tosco tiozão rechonchudo tem um bom coração e um saco cheio [!] de presentes, ao contrário do comedor de cabeça de morcego. Depois dizem que criança é interesseira por natureza...

A partir daí, para garantir a recompensa com o bom velhinho, basta obedecer todas as regras, escovar bem os dentes, tirar boas notas. Cair no conto do Noel, poço de bondade que sai todo ano de sua casinha do Polo Norte para distribuir presentes e esperança mundão afora, não é tão difícil assim. A não ser que surja um primo mais velho, vizinho ou coleguinha do colégio para estragar a festa e dizer que só você, seu mané, não percebeu que é mentira! É o encapetado sabe-tudo quem vai entregar que são os seus pais que deixam todo ano o desejado presentinho ao pé da árvore enquanto você dorme. Felizmente agora a sua "fonte" não está mais a milhares de quilômetros de distância e mora sob o mesmo teto que você. Oba! Oba! Que alegria! Tudo ficou tão fácil agora!!! Tá, mas.... e os seus sonhos? E a sensação de ter sido passado pra trás, cara de bocó e todo aquele lance de dormir cedo, sendo que o presentão já estava ali, debaixo do seu nariz, como é que fica? Quem vai ressarcir este constrangimento infantil?

Essa enrolação toda é para contar, sob o formato Especial de Natal, como foi o meu caso. Não, não...sinceramente não lembro quem me contou o grande segredo do Noel, mas lembro bem que, no auge dos meus nove anos, numa bela tarde de verão de dezembro na casa de minha avó, cheguei e falei na lata, sem dó nem piedade, para um primo mais novo que esse tal Noel, duendes, renas e o resto do pacote era a maior lorota que os adultos inventavam só para fazer com que ele se comportasse durante o ano, enquanto o mesmo escrevia alegremente sua listinha de desejos. Ele relutou, foi um choque, mas acabou percebendo a cruel realidade que apenas eu tive coragem de dizer e fora omitida por todos os adultos.

O que será que Platão pensaria dessa Alegoria da Caverna Kids?

Crianças... Nunca subestime sua criticidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

mais um natal com a Dê causando com o papi noéélziii !

mta paz pra sua alma perturbada diniulzi haahahaha

http://www.youtube.com/watch?v=kiAA9QB4Mi4